quinta-feira, 26 de junho de 2014

A VIOLÊNCIA DE LANA DEL REY

Lana Del Rey começou a carreira de forma totalmente não-convencional, me lembro até hoje de assistir “Video Games” e não saber como lidar com o fato de estar ouvindo uma música que eu não fazia ideia de quem cantava. As informações sobre Lana foram surgindo em doses homeopáticas, mas não o suficiente pra gente perder a curiosidade sobre a persona Lana Del Rey, muito pelo contrário, esse mistério todo fez de Lana a cantora mais hypada de 2011/2012. E como hype é tudo nessa vida, ela deu certo antes mesmo de lançar um material concreto.
Dois anos e alguns remixes mais tarde, Lana se tornou uma das artistas mais importantes do cenário atual, rompendo a barreira do alternativo e atingindo até camadas mais populares do Brasil, Lana teve quatro músicas de seu primeiro disco em novelas da Globo. Depois de se consolidar, dar suporte para todo o hype que recebeu e de dizer que queria abandonar a carreira de cantora (eu nunca acreditei) Del Rey lança seu segundo álbum, Ultraviolence.


Lana deixa de lado todo a estética dos anos cinquenta, o patriotismo, a decadência elegante e as batidas eletrônicas, e começa a explorar um lado rocker, anos 70, psicodélico, trashy e ainda decadente, mas sem elegância dessa vez. O disco foi produzido pelo vocalista do Black Keys, Dan Auerbach, o que já explica muita coisa. O material é carregado, do início ao fim, por guitarras bem marcadas. O álbum é obscuro, triste, perturbador, e como a cantora já definiu “quase inaudível”. É um disco para viver em câmera lenta. É poético e solitário da primeira à última nota.


O disco começa com “Cruel World”, faixa que já está sendo considerada como a melhor do álbum. Ela apresenta a sonoridade do disco em sua potência máxima. Seguida da faixa título, que junto com o primeiro single “West Coast” são as faixas que mais lembram a Lana de Born To Die. A medida em que você ouve, o disco vai diminuindo sua sensação de incomodo (ou eu que me acostumei ao que som inaudível de Lana) e vai perdendo sua agressividade inicial.
O Ultraviolence se distancia do que Lana mostrou no primeiro álbum, mas de maneira muito positiva, é um disco redondo, coeso, e faz muito mais sentido que o antecessor. Se no disco anterior Lana Del Rey conquistou o público, se tornando uma das cantoras mais populares da sua geração, o Ultraviolence faz Lana conquistar também a crítica, se consolidando sua personalidade artística


Ouça: Cruel World, Brooklyn Baby e The Other Woman

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